Nos últimos dias encontrei um filme chamado “O baile dos 41”, filme mexicano feito para a empresa Netflix.

O filme foi produzido por três empresas, sendo uma delas brasileira:

Entre os financiadores:





A empresa Telecine também aparece e pertence ao grupo Globo.
Perguntas:
- Por que um filme que será vendido pela Netflix é financiado, em dólares, com dinheiro de impostos da população brasileira?
- Por que um filme mexicano é feito com dinheiro de impostos da população brasileira?
- Por que qualquer filme feito dentro ou fora do Brasil é financiado com dinheiro de impostos da população brasileira?
- Por que um banco, que deveria financiar agricultura familiar e pequenos empresários nacionais, financia filmes? Por que esse banco financia filmes estrangeiros, para obtenção de lucro de uma empresa americana?



Não irei discorrer sobre o filme, basta ver a sinopse para compreender o motivo do financiamento e qual “temática universal” ele aborda.
Quando um banco fornece financiamento para um casal comprar um imóvel, um estudante cursar uma faculdade, um empresário abrir um pequeno negócio, o faz com a condição de que esse dinheiro seja devolvido em um prazo de tempo determinado com acréssimo de juros, que no Brasil são criminosos.
Já para a produção de audiovisual não encontrei em nenhum documento que explica os procedimentos de inscrição e seleção de projetos, qualquer menção sobre a devolução do financiamento, prazo e taxa de juros. Caso seja “de presente” o termo correto deveria ser “patrocínio”, não financiamento, que implica o pagamento de juros. Mas supondo que exista a devolução, como alguém que não tem dinheiro para executar um projeto terá para devolver com acréssimo de juros? E se a bilheteria do projeto for um fracasso?

Financiamento para empresa Cinesystem construir salas de cinema em Shoppings Centers:


Por que uma empresa desse porte não tem capital de giro para pagar com o lucro de suas lojas (salas de cinema) a ampliação de sua rede?
Viva o livre mercado!


O dinheiro de impostos que deveria financiar saneamento básico, escolas, hospitais, segurança, é gasto com filmes e jogos de video-game.

Além de nos obrigar a pagar pela produção dos filmes só faltam nos obrigar a vê-los também.
Você assiste filmes gratuitamente nos cinemas?
Você tem acesso ao conteúdo da Netflix de graça?
Você obtém jogos de video-game de graça?
Entra em teatros de graça?
Por que é preciso pagar para cinemas exibirem certos filmes?
Os cinemas são empresas que visam lucro e não querem exibir filmes que demandarão despesas de rodagem e salas vazias mas, se o governo, através dos nossos impostos, paga por isso, ninguém fica no prejuízo.



Mesmo com dedução de impostos as empresas privadas, que sempre puderam patrocinar qualquer tipo de pessoa ou atividade livremente sem intermédio do Estado, não se interessam em financiar os filmes, sobrando para as empresas públicas, mantidas com nossos impostos.
Vimos que nossos impostos também financiam a construção de novas salas de cinema, na esperança de que assim esses filmes patrocinados tenham mais público para pagar os ingressos e participar do financiamento, novamente.

Será que em meio a crise o governo também foi capaz de construir mais de 200 salas de aula por ano, ou mais de 200 postos de saúde?
Por que as emissoras de TV, que por sua vez, recebem milhões em verba pública para manterem-se funcionando, além das deduções de impostos e grandes somas de dinheiro com publicidade, não são capazes de produzir com seus próprios recursos, nem mesmo transmitir produções feitas fora das emissoras? Por que até para passar na TV é preciso ter nosso dinheiro envolvido?
E será que “de graça” o povão assiste ou muda de canal?

Qual foi o crédito oferecido aos comerciantes que tiveram suas lojas fechadas com solda e barreiras de concreto?
De quanto foi o auxílio emergencial aos trabalhadores ambulantes, que dependem do dinheiro ganho por dia batendo perna pelas ruas oferecendo seus produtos?
Se imposto é roubo, o que é isso ?
Não irei expandir o assunto para outros problemas como o financiamento de produções com atores famosos e ricos, ou de uma certa preferência por profissionais e conteúdos específicos, do uso da “cultura” como ferramenta de propaganda e engenharia social…
Soube de certos youtubers libertários e anarcocapitalistas que disseram ser um absurdo a Netflix pagar impostos, o mesmo falam da UBER, Amazon e tantas outras do gênero. Penso que não só deveriam pagar, como deveriam pagar no mínimo 5 vezes mais do que qualquer cidadão brasileiro paga.
Não vejo necessidade alguma em financiar, muito menos regulamentar produções de audiovisual, as pessoas assistem o que querem com ou sem incentivo, até porque está bem claro que há incentivo até demais, a única coisa que falta para forçar a população a consumir essas produções é estabelecer pena de morte a quem não comparecer aos cinemas, e com esses preços dos ingressos seria um genocídio!
As redes sociais estão cheias de pornografia passando livremente sem nenhum tipo de regulamentação ou censura, nem por parte das empresas privadas, que até incentivam o compartilhamento desse tipo de conteúdo, nem por parte do Estado. O mesmo vale para conteúdos de TV e shows de baixo nível, que exploram a sexualização infantil, a objetificação das mulheres, promovem a bestialização e emburrecimento da sociedade, nada disso é regulamentado, e muito disso é financiado e incentivado por esses mecanismos estatais.
Que cada um produza seus projetos com seus próprios recursos e consuma aquilo que lhe interessar.
E se você tem muita vontade de concretizar um projeto mas não tem capital para isso, ou se teve o dinheiro para concretizá-lo mas ninguém se interessou em consumí-lo, bem-vindo ao mundo real dos pobres mortais. O que mais tem é gente com planos de negócios que não se realizam por falta de verba, e mais um monte que consegue abrir uma empresa e fecha em pouco tempo por falta de público, gente que economiza anos para ter um capital e abrir um pequeno negócio, se dedica, estuda, investe no melhor atendimento, na melhor matéria-prima, mas os consumidores preferem comer no pé-sujo da esquina, ou comprar os cacarecos xinguilinguis, ou ir ao baile funk, etc, etc, etc…
E é por essas e outras que os grandes empresários de sucesso apresentados pela mídia como modelos de empreendedorismo são poucos selecionados pelo sistema, e vivem às custas do Estado, pois no mundo real ninguém começa numa oficina de fundo de quintal e fica bilionário em poucos anos, isso é ficção científica para otários iludirem-se com a possibilidade de enriquecimento rápido e fácil, e por almejarem ser também empresários de sucesso é que defendem esses pilantras parasitas e querem livrá-los das regras do jogo, pensando que em um futuro próximo, sua vez também chegará.
Viva a livre concorrência e a meritocracia (só para os pobres mortais)!
Atualização:
Congresso derruba vetos e garante mais recursos para setor cultural
05/07/2022